GABRIELLE “COCO” CHANEL

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Gabrielle Bonheur Chanel, mas conhecida como Coco Chanel, foi uma ilustre mulher que revolucionou a moda na década de 1920 com seu estilo perspicaz e arrojado, sendo considerada uma das estilistas mais influentes no mundo. Gabrielle, entretanto, tornou-se revolucionária por libertar as mulheres dos paradigmas comportamentais de sua época, onde uma roupa comportada era sinônimo de desconfortável, e apresentou a elas vestimentas mais casuais, ousadas e elegantes, inspirando as mulheres ao sucesso, independência, personalidade e ao estilo sem margear o vulgar.

Gabrielle nasceu em 19 de agosto de 1883, numa família pobre em Saumur, na França. Sua mãe, que era doméstica, morreu de tuberculose quando Coco ainda tinha seis anos, deixando-a com mais quatro irmãos aos cuidados do pai, que era feirante. E até seu 18 anos, ela foi criada num colégio interno, até fugir do internato.

Por volta de 1910 em Paris, Coco conheceu um grande amor, Arthur Capel, que a ajudou a abrir uma pequena chapelaria, que logo se tornou um sucesso, vindo a ser referenciada em famosas revistas de moda. Provavelmente, esse “boom” tenha sido alavancado por conta de Capel, pois ele era bem relacionado ao meio sofisticado da Cidade Luz.

Arthur Capel também foi uma perda prematura na vida da estilista, ele morreu num acidente de carro. Depois deste dissabor, Chanel abriu sua primeira casa de costura onde passou a vender roupas desportivas para ir à praia e tão logo inventou as primeiras calças femininas.

A estilista criou, em 1918, o famoso corte chanel de uma maneira bem inusitada. Quando Chanel estava se preparando para ir à ópera, o aquecedor de seu banheiro estourou, queimando-lhe as pontas do cabelo. Com a pressa, sem muitas opções, e de improviso, Gabrielle cortou o próprio cabelo e foi ao espetáculo. O sucesso foi imediato e duradouro.

O corte chanel passou a representar a atitude feminina, com versatilidade e liberdade de conceitos que a sociedade empunhava. O chanel não simbolizou apenas mais um corte moderno, mas sim uma evidência de que as mulheres eram (e são) competentes tantos quanto os homens, que não precisavam apenas ser um rosto bonito do qual eles pudessem conduzir até a opinião. Por isso, conceitualmente esse corte está acima de estilo, pois prova que a mulher tem a capacidade de se desapegar a conceitos impostos e estabelecidos, tanto que na década seguinte Coco Chanel lançaria a moda unissex.

No começo dos anos de 1920, Gabrielle “Coco” Chanel apaixonou-se novamente. Seu interesse romântico era Dmitri Pavlovich, príncipe russo que junto de sua família deixou seu país, a até então União Soviética. A relação inspirou Coco, e disso surgiram idéias baseadas no folclore russo. Foi neste período que ela conheceu grandes nomes do meio artístico, assim como Pablo Picasso, Luchino Visconti e Greta Garbo.

Ainda na década de 20, Gabrielle desenvolveu o perfume que a converteu numa celebridade de repercussão mundial, o famoso e atemporal Chanel Nº 5. O nome é uma referencia ao seu algarismo da sorte. “Quero dar às mulheres um perfume artificial”, assim dizia Gabrielle, que completava afirmando “Sim, quero mesmo dizer artificial, como um vestido, algo que tenha sido fabricado. Não quero qualquer rosa ou lírio do campo, quero um perfume que seja uma composição. Quero um perfume de uma mulher que se sente A Mulher”.

Chanel Nº 5 tornou-se ícone, referencia e afirmação de mulher independente, elegante e casual e sempre feminina. E pela primeira vez, na confecção de um perfume, grandes quantidades de substâncias sintéticas foram usadas para suprimir as notas florais e obter um bálsamo original, diferente de todo e qualquer aroma já percebido pelo olfato humano.

Para conquistar aroma tão singular, o perfumista Ernest Beaux encontrou inspiração quando retornava de uma campanha militar que o tinha levado até o Círculo Polar Ártico, onde lagos e rios emanam uma fragrância fresca durante o sol da meia-noite.

Em 1939, Coco fecha a Loja Chanel durante a Segunda Guerra Mundial por se envolver com um oficial alemão, pois o seu romance com o soldado nazista não foi bem visto pelos franceses. A modista passa por dificuldades financeiras que a obrigam a comercializar seus produtos para o outro lado do Atlântico. Nessa época ela viveu por um tempo na Suíça

Ainda em 1954, durante entrevista concedida num aeroporto, no Japão, Marilyn Monroe foi questionada sobre o que ela usava para dormir e a atriz respondeu simplesmente: “Algumas gotas de Chanel Nº 5″. Não intencionalmente, a declaração de Marilyn virou grande slogan publicitário e teve um papel muito importante para sustentar a reputação lendária da fragrância. Depois deste perfume, veio o Nº17, entretanto este – obviamente – não teve o mesmo êxito que o nº5.

Seu regresso aos holofotes foi penoso, mas em 1958, a artesã da alta-costura apresentou uma nova coleção em que as francesas ficaram rendidas. A revista Elle escrevia em destaque: "Dez milhões de mulheres votam Chanel". A continuação do sucesso era inevitável, mesmo numa época em que a moda contava então com homens de peso como Dior, Balenciaga e Givenchy

Gabrielle “Coco” Chanel faleceu no Hôtel Ritz Paris em 1971, onde viveu por anos. Seu funeral foi assistido por centenas de pessoas que levaram as suas roupas em sinal de homenagem.

Apesar de seus relacionamentos Coco nunca se casou. E como uma mulher tão além da sua época, suas criações sobrevivem aos anos e são peças fundamentais e obrigatórias no guarda-roupa feminino. Seu nome está conexo a estilos que vão de um corte de cabelo a um modelo de sapato (aquele com o calcanhar aberto), passando pelo “pretinho básico”, a moda navy e pela mistura de preto e branco.

Visionária, a estilista foi aos poucos introduzindo peças mais práticas, confortáveis e funcionais, muitas delas portadas do guarda-roupa masculino, tais como a calça comprida, suéter e a camisa, isso numa época em que as mulheres usavam apenas vestidos longos, saias volumosas e espartilhos.

Gabrielle “Coco” Chanel:

"A natureza nos dá o rosto dos 20 anos. A vida modela aos 30 anos, mas temos que merecer aos 50“.
“A elegância está na simplicidade”.

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